Importar um carro usado da União Europeia para Portugal tornou-se uma opção cada vez mais procurada por quem quer poupar dinheiro, aceder a modelos exclusivos e tirar partido de benefícios fiscais, sobretudo no caso de veículos elétricos ou híbridos. No entanto, o processo de importação envolve requisitos legais, fiscais e técnicos que podem ser difíceis de dominar sem orientação especializada.
Neste guia completo, com base em fontes oficiais e experiências reais, vai aprender a:
- Escolher o carro certo para importar consoante o seu perfil e orçamento
- Avaliar riscos como quilometragem adulterada ou custos ocultos
- Evitar erros que podem encarecer ou atrasar o processo
- Tirar partido das isenções e reduções de ISV e IUC
- Maximizar a segurança, poupança e sucesso da legalização
1. Por que Vale a Pena Importar Carros Usados? Vantagens, Riscos e Tendências
1.1. Vantagens da Importação
- Poupança até 30%: face aos preços praticados no mercado nacional e em países como Alemanha, França e Bélgica.
- Modelos e versões exclusivas: packs de equipamento superiores, versões descontinuadas ou topo de gama a preços mais acessíveis.
- Veículos elétricos e híbridos plug-in: isenção ou redução de ISV e acesso a incentivos fiscais à mobilidade sustentável.
- Histórico de manutenção rigoroso: registos detalhados e inspeções técnicas frequentes, especialmente na Alemanha e Países Baixos.
- Maior oferta: grande variedade de modelos a diesel, SUV e veículos premium (ex: BMW X5, Porsche Macan, Audi Q7).
1.2. Riscos e Desvantagens da Importação
- Adulteração de quilometragem: cerca de 4,48% dos veículos apresentam conta-quilómetros manipulados.
- Histórico de acidentes: cerca de 35.9% dos carros importados em Portugal já sofreram sinistros, com danos médios superiores a 4.000€.
- Custos inesperados: ISV elevado para motores de alta cilindrada/emissões, transporte, legalização e taxas administrativas
- Processo burocrático: exige conhecimentos técnicos e pode ser moroso sem apoio especializado.
Dica: Acompanhe as alterações à legislação fiscal e ambiental automóvel, por influenciarem diretamente o custo e a viabilidade da importação.
2. Critérios Essenciais para Escolher o Carro Certo
2.1. País de Origem do Veículo Importado
Ao escolher o melhor carro para importar para Portugal, a origem faz toda a diferença:
- França: destaque em volume de exportações, com oferta diversificada e preços mais acessíveis, ideal para quem procura boas oportunidades.
- Alemanha: reconhecida pela qualidade premium, grande variedade de marcas como BMW, Audi e Mercedes, e histórico de manutenção rigoroso.
- Bélgica e Países Baixos: forte presença de veículos elétricos e híbridos plug-in, com registos transparentes e elevada fiabilidade técnica.
- Espanha: está em crescimento como mercado alternativo, mas requer uma verificação minuciosa do histórico, inspeções e provas de manutenção.
Dica: Dê preferência a concessionários autorizados ou empresas de renting e frotas empresariais, por garantirem histórico completo, manutenção em dia e menor risco de fraude.
2.2. Características Técnicas e Fiscais a Considerar
Escolher um veículo com as características certas pode representar grande poupança no ISV e menor custo de manutenção:
- Cilindrada: opte por carros até 2.000cm³ para reduzir substancialmente o ISV.
- Emissões de CO2: valores abaixo de 140g/km resultam em taxas mais baixas no cálculo do imposto.
- Combustível: gasolina e híbridos plug-in são vantajosos para uso urbano ou misto. Diesel ainda é uma boa opção para quem percorre longas distâncias com frequência.
- Idade do veículo: automóveis com 5 a 15 anos maximizam o desconto no ISV e equilibram valor de compra com fiabilidade.
- Elétricos e híbridos plug-in: beneficiam de isenção ou redução de ISV, além de custos operacionais mais baixos.
Dica: Utilize o nosso simulador de ISV e IUC para prever custos com precisão.
2.3. Verificação do Estado, Histórico e Garantia
Antes de finalizar a compra de um carro usado para importação, é fundamental garantir a segurança e fiabilidade do veículo. Estes são os pontos essenciais a validar:
- Histórico de manutenção: solicite sempre o livro de revisões, relatórios de inspeção técnica e documentação de serviços realizados. Utilize plataformas como carVertical para verificar acidentes, proprietários e quilometragem.
- COC (Certificado de Conformidade Europeu): obrigatório para a legalização do carro em Portugal, este documento comprova que o veículo cumpre as normas da UE. Sem ele, não poderá concluir o processo no IMT.
- Garantia válida na União Europeia: sempre que possível, escolha veículos ainda cobertos por garantia de fábrica, ou com extensão válida em Portugal — é uma segurança extra em caso de avarias.
- Inspeção presencial: sempre que possível, realize uma verificação técnica presencial. Isto reduz o risco de surpresas após a importação.
2.4. Equipamento e Versões que Valorizam ou Penalizam
O equipamento opcional do carro pode ter grande impacto tanto no conforto como nos custos associados à importação:
- Packs de extras valorizados: sensores de estacionamento, sistema de navegação GPS, bancos aquecidos, assistentes de condução (cruise control adaptativo, travagem de emergência, entre outros) — aumentam o valor de revenda por serem muito procurados no mercado nacional.
- Evite extras penalizadores: jantes de grandes dimensões, pneus especiais, modificações estéticas ou mecânicas não homologadas — aumentem o custo do ISV e podem causar problemas na legalização e inspeção técnica.
Dica: Verifique sempre os detalhes do equipamento no número de chassis (VIN) antes de fechar negócio.
3. Passos Detalhados para Escolher e Importar o Carro Usado Ideal
3.1. Pesquisa e Seleção do Veículo para Importação
Escolher o carro certo começa com uma pesquisa eficaz e segura, especialmente quando se trata de importar carros usados para Portugal. Aqui estão os passos-chave:
- Use plataformas de confiança, como mobile.de, autoscout24, Leboncoin, Standvirtual.
- Compare preços, histórico do veículo, equipamento incluído e custos de transporte.
- Consulte fóruns e comunidades automóveis (ex: Reddit AutoTuga) para recomendações e experiências reais.
- Solicite sempre o VIN (número de chassis) para fazer um VIN Check.
3.2. Cálculo de Custos Totais
Dica: Em carros abaixo de 10.000€, os custos fixos podem representar mais de 40% do valor total. Avalie sempre se compensa.
3.3. Negociação e Compra do Automóvel
Após a seleção do veículo ideal, é hora de negociar com critério e segurança. Para garantir uma compra de carro importado sem riscos, siga estas boas práticas:
- Negocie com base em dados reais: utilize o histórico do carro (acidentes, revisões, número de donos) e faça comparação com preços de mercado em diferentes plataformas.
- Prefira pagamento por transferência bancária: evita fraudes e garante um registo oficial da transação.
- Exija documentação completa: solicite sempre fatura detalhada com NIF da empresa vendedora, recibo de pagamento e declaração de venda assinada.
- Pergunte pela política de reserva: idealmente com direito à devolução caso o carro não corresponda às condições acordadas após inspeção presencial.
Dica: Evite negócios sem fatura ou que incentivem pagamentos em dinheiro — são red flags comuns na importação automóvel.
3.4. Documentação e Legalização em Portugal
Legalizar um carro importado para circular legalmente em Portugal exige atenção a detalhes e prazos. Eis o que deve garantir:
- Documentos obrigatórios: certificado de matrícula do país de origem, COC (Certificado de Conformidade Europeu), fatura de compra, comprovativo de pagamento e relatório de inspeção técnica feita no país de origem (se aplicável).
- Agendar a Inspeção Tipo B: deve ser feita logo após a chegada do carro a Portugal, num centro de inspeções autorizado.
- Submissão e pagamento do ISV: aceda ao Portal das Finanças para submeter a declaração e efetuar o pagamento — este passo é fundamental para avançar com o processo de legalização.
- Registar o veículo no IMT: após liquidação e validação do ISV pela Autoridade Tributária, pode submeter o pedido de registo no IMT para obter a matrícula portuguesa.
- Contratar o seguro automóvel: só poderá circular legalmente após contratação de seguro válido em Portugal.
4. Melhores Modelos para Importação em 2025
5. Principais Erros a Evitar na Importação de Carros Usados
Ao importar um carro usado da União Europeia para Portugal, muitos compradores cometem erros que resultam em custos inesperados, atrasos no processo ou até mesmo problemas legais.
5.1. Não Calcular Todos os Custos Envolvidos
Um dos erros mais frequentes é considerar apenas o preço do carro e ignorar:
- ISV (Imposto Sobre Veículos)
- Custos de transporte internacional
- Legalização e documentação (IMT, traduções, inspeções)
- Seguro automóvel obrigatório
Dica: Utilize o nosso simulador de ISV e IUC para prever com exatidão o valor total.
5.2. Ignorar o Historial do Veículo
Comprar sem verificar o histórico pode levar a surpresas desagradáveis, como:
- Acidentes anteriores não reportados
- Quilometragem adulterada
- Múltiplos proprietários
5.3. Escolher Modelos com ISV Elevado
Veículos com alta cilindrada ou emissões de CO2 acima de 160g/km pagam muito mais ISV.
Prefira carros com:
- Motor até 2.000cm³
- Emissões abaixo de 140g/km
- Motorização elétrica ou híbrida plug-in, quando possível
5.4. Esquecer o COC (Certificado de Conformidade Europeu)
Confirme com o vendedor antes da compra, pois sem o COC, o processo de legalização fica bloqueado.
5.5. Comprar Sem Inspeção Presencial ou Sem Garantia Válida
As fotos podem enganar. Sempre que possível, faça:
- Verificação técnica presencial por um profissional
- Compra com garantia europeia válida em Portugal
5.6. Ignorar o Historial do Veículo
Algumas cidades já aplicam Zonas de Emissões Reduzidas (ZER). Evite importar carros que:
- Tenham normas de emissões inferiores a Euro 5
- Sejam movidos exclusivamente a diesel com alta quilometragem
Dica: Prefira veículos com classificação Euro 6 ou superior para garantir maior longevidade no uso urbano.
6. Conclusão: Importar com Inteligência, Poupança e Segurança
Importar um carro usado da União Europeia para Portugal pode ser uma decisão vantajosa, desde que feita com informação, critério e acompanhamento especializado. Ao longo deste guia completo, mostrámos como escolher o carro ideal, evitar custos escondidos, e maximizar os benefícios fiscais disponíveis, nomeadamente em veículos elétricos e híbridos plug-in.
A escolha do país de origem, as características técnicas (como a cilindrada, emissões e tipo de combustível), bem como o histórico de manutenção e a documentação obrigatória são fatores determinantes para uma importação bem-sucedida. Por outro lado, erros como não calcular corretamente o ISV, ignorar o COC ou importar modelos com restrições ambientais podem resultar em custos elevados e atrasos evitáveis.
Contar com parceiros experientes como a Importrust é, muitas vezes, a diferença entre uma importação complicada e um processo fluido, rápido e 100% legalizado. A nossa equipa acompanha-o em todas as etapas — da escolha do carro à matrícula final — garantindo que não paga mais do que o necessário e que o seu próximo carro chega a Portugal com toda a segurança e tranquilidade.
Perguntas Frequentes Sobre a Importação de Carros Usados para Portugal
1. Quanto tempo demora o processo de importação e legalização?
Em média, o processo completo, demora entre 4 a 8 semanas. O prazo inclui transporte, inspeções, pagamento de impostos e emissão do DUA (Documento Único Automóvel).
A Importrust oferece uma opção de serviço Express que permite reduzir o tempo do processo para 2 semanas, por um custo extra.
2. Qual é o prazo para submeter a Declaração Aduaneira de Veículos (DAV)?
A DAV deve ser submetida em até 20 dias úteis após o veículo entrar em território nacional, sob pena de coimas, juros ou retenção do carro.
3. Quanto tempo tenho para pagar o ISV após emissão da nota de liquidação?
Depois da emissão do Documento Único de Cobrança, o imposto deve ser pago em até 10 dias úteis, conforme informações oficiais.
4. Quais os prazos para registar o carro no IMT?
Após a matrícula ser atribuída, tem 60 dias para finalizar o registo no IMT ou Conservatória do Registo Automóvel, sob risco de penalizações.
5. Sou residente no estrangeiro — posso ter isenção de ISV?
Sim. Pessoas que transfiram residência para Portugal e cumpram os critérios legais (residência prévia, propriedade do veículo há mais de 6 meses, uso pessoal, etc.) podem solicitar isenção de ISV.
6. Como é homologado um carro sem COC (Certificado de Conformidade)?
Se o veículo não tiver COC (ex.: fabricado fora da UE), é necessário pedir uma homologação nacional individual junto do IMT, o que implica custos e inspeções específicas.