Será que compensa comprar um carro no estrangeiro? Devo fazê-lo sozinho ou pedir ajuda?
Pedro Andersson | Gonçalo Soares | Flávio Valente | Catarina Coutinho • 21 Maio 2025
Todos os anos, os portugueses compram centenas de milhares de carros usados, e muitos optam por comprá-los no estrangeiro, especialmente na Alemanha, devido à convicção de que são de melhor qualidade e mais baratos. O Contas-Poupança explica-lhe os cuidados a ter e se deve fazer este tipo de compra sozinho ou se é melhor pedir ajuda.
Comprar um carro não é fácil para quem não percebe nada do assunto. Existem muitas ofertas em páginas de compra e venda de automóveis, stands e até de particulares. O difícil é escolher… e fazer um bom negócio. Mas, nos últimos anos, há outra opção que tem vindo a ser cada vez mais interessante: comprar carros no estrangeiro. Será que compensa o trabalho, os custos da legalização, do transporte e os riscos?
É verdade que qualquer pessoa, sem ajuda, pode ir lá fora comprar um carro, mas quem trabalha neste nicho de mercado defende que, mesmo pagando a terceiros, compensa por vários motivos.
Dizem os especialistas, mas mesmo em carros mais baratos, é possível encontrar grandes diferenças de preços.
Por exemplo, em Portugal, a viatura que damos como exemplo na peça está à venda por cerca de 25 mil euros. É de 2018 e tem 40 mil quilómetros.
Na página alemã Mobile.de , por exemplo, pode encontrar dezenas de carros do mesmo modelo — com mais ou menos extras ou equipamentos — quase 5 mil euros mais baratos ou pelo mesmo preço, mas mais recentes e com metade dos quilómetros.
Outra página muito procurada é a autoscout24.com . Há milhões de carros para escolher em toda a Europa.
Pode parecer bom, mas, para além das eventuais burlas, também é um processo cheio de armadilhas para quem não conhece o procedimento. De forma resumida, os passos para comprar um carro no estrangeiro são os seguintes:
Se estiver na disposição de tratar de tudo sozinho, vai poupar a comissão que teria de pagar a uma empresa que faça todo este processo por si. Mas cuidado com as burlas, quilómetros adulterados, carros acidentados e impostos-surpresa que desconhecia. Por exemplo, 1 grama de CO2 ou 1quilómetro de autonomia de diferença na documentação pode significar milhares de euros de impostos a mais na altura de legalizar o carro.
Para além das duas empresas mencionadas nesta reportagem, existem muitas outras e até particulares que prestam o mesmo serviço. Estas são apenas alguns exemplos.
A Importrust é considerada uma das maiores empresas em Portugal a fazer este tipo de intermediação e cobra cerca de 3.000 € por tudo, chave na mão. Já está presente em vários países da Europa e importa mais de 1.000 carros por ano.
Pedro Bastos tem uma estratégia mais personalizada. Começou por ser conhecido pelo canal de YouTube de crítica automóvel, mas, com tantos pedidos de ajuda de amigos e conhecidos, acabou por montar uma empresa que faz compras de carros no estrangeiro a pedido de clientes.
Os valores começam em 3.000 euros mais IVA, com o carro entregue à porta da casa do cliente, com todos os cuidados. Em ambas as empresas, o procedimento é igual. O cliente paga o carro ao vendedor, paga os impostos em Portugal (que no caso dos elétricos é zero) e o preço fixo da intermediação. O comprador sabe sempre o valor total de tudo, antes de decidir.
Pedimos a uma destas empresas propostas de três carros elétricos abaixo de 20 mil euros já com o preço final e tudo legalizado:
Agora seria uma questão de comparar com os preços que conseguiria pelas mesmas viaturas em Portugal, com as mesmas características. Se ainda não sabe que carro quer ou precisa e quer fazer um bom negócio, há algumas perguntas fundamentais que deve fazer antes de avançar com a compra.